À espera de um milagre (1999)

À espera de um milagre é um drama ambientado em 1935, no corredor da morte de uma prisão em Louisiana - EUA. Acompanhamos parte da vida de Paul Edgecomb (Tom Hanks) ora em um asilo, ora anos mais jovem, como carcereiro do Bloco E da Penitenciária de Cold Mountain. Uma de suas obrigações era acompanhar os prisioneiros através do corredor da morte até sua execução em uma cadeira elétrica. Tal corredor da morte possui o piso da cor verde, fato que dá origem ao nome do filme (em inglês) "The Green Mile". O filme, aliás, é baseado no livro de Stephen King de mesmo nome.

Certo dia, Paul recebe um prisioneiro chamado John Coffey, seguramente um dos personagens mais marcantes da história. Coffey é brilhantemente interpretado por Michael Clarke Duncan. Um negro com cerca de 2 metros de altura, condenado por um crime terrível - o assassinato de duas meninas de 9 anos - mas que possui uma aparência tão doce, ingênua e inocente que faz com que Paul comece a duvidar se Coffey realmente cometeu tais crimes. Duvidar, se interessar e investigar o caso.

Paul é amigo de (quase) todos os seus colegas de profissão e respeitador com os prisioneiros que lá residem. Um homem que valoriza os direitos humanos. Coffey inicialmente aparenta ter problemas mentais, mas logo compreendemos melhor seu comportamento e suas atitudes. Ele possui um dom mágico. Paranormal. Milagroso. Paul descobre esse dom de uma maneira que iria mudar sua vida para sempre. Surge, assim, um relacionamento de amizade entre os dois personagens.

Ao longo de 188 minutos, acompanhamos a breve temporada de John Coffey pela prisão e o envolvimento de todos os personagens do filme. Vários eventos paralelos prendem a atenção, dão ritmo à história e fazem com que o filme não seja cansativo ou tedioso, apesar de sua duração. Entre tais eventos, destaque para fatos envolvendo os demais guardas da prisão (em especial o fiel Brutus e o mala Percy Wetmore) e a chegada do violento presidiário Wild Bill (interpretado por Sam Rockwell). Todos os personagens secundários foram muito bem interpretados.

Quem assistiu ao filme com certeza se lembra de vários fatos marcantes. As execuções na cadeira elétrica, a cena de dança do filme*, a presença do simático ratinho Mr. Jingles ("interpretado" por mais de 30 ratos), e a parte final do filme envolvendo Coffey. Essa última em especial foi responsável por tornar o filme um dos campeões de choro e um dos mais emocionantes de todos os tempos.

O diretor do filme chama-se Frank Darabont. Seu trabalho anterior fora "Um Sonho de Liberdade", de 1994, também baseado em Stephen King e considerado um dos melhores de todos os tempos.

Falando rapidamente do DVD, eu tenho a edição simples, que foi um dos primeiros que comprei. O áudio está apenas em inglês, com legendas em inglês e portugues, e poucos extras. Recentemente foi lançada uma edição especial à altura do filme, com dublagem em português e vários extras novos, mas como eu já tenho a primeira versão, paciência...

Um filme pra ser assistido muitas e muitas vezes. Indicado a 4 Oscars: Melhor Filme, Melhor Ator Coadjuvante (Michael Clarke Duncan), Melhor Som e Melhor Roteiro Adaptado. Assim como "O Sexto Sentido", foi injustiçado pelo sucesso do filme "Beleza americana". Não ganhou o Oscar, mas um lugar cativo na lista de qualquer apaixonado por filmes

Cotação: 10,0

* A música em questão chama-se Cheek to Cheek”, autoria de Irving Berlin, cantada por Fred Astaire. O filme mostrado é “O Picolino” (Top Hat), de 1935, com Fred Astaire e Ginger Rogers. O trecho inicial da música diz: “Heaven, I'm in heaven, and my heart beats so that I can hardly speak And I seem to find the happiness I seek when we're out together dancing, cheek to cheek"

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