Invasão de Privacidade (1993)

O ano é 1993. Um ano antes, uma famosa cruzada de pernas catapultou definitivamente ao estrelato e à condição de símbolo sexual absoluto a loira Sharon Stone. Estreando em 1980, a atriz começou a se tornar um rosto conhecido nos filmes "As minas do rei Salomão", "Loucademia de polícia 4" e "O Vingador do futuro", até ser imortalizada no ótimo suspense "Instinto Selvagem", responsável pela cena citada acima. Infelizmente, Sharon Stone não ficou marcada como boa atriz após Instinto Selvagem (isso só aconteceu após a indicação ao Oscar por "Cassino", em 1995), mas como loira fatal e sensual, em virtude de suas fortes cenas de nudez e sexo. Enquanto não procurava por papéis diferentes que a afastassem do rótulo de simbolo sexual, por que não aproveitar o suce$$o atual e lançar outro suspense erótico tendo certeza total de estouro de bilheteria (masculina) só pela sua presença? Eis então o motivo da existência de "Invasão de privacidade".

Adaptação do best-seller "Sliver", de Ira Levin (que dá origem ao nome do filme em inglês), o filme tem como cenário um prédio marcado por assassinatos bizzaros e mortes misteriosas. A mais recente de uma moça que pulou da janela do 20º andar. Stone vive Carly Norris, uma escritora (outra semelhança com Instinto Selvagem) que aluga justamente o apartamento que pertencia a suicida, além do fato de ser muito parecida com ela

Carly tem sua vida afetada após se mudar para o prédio. Primeiramente devido a convivência com dois vizinhos: o síndico Zeke (William Baldwin) - com quem assume um relacionamento - e o também escritor Jack (Tom Berenger), que se interessa por ela. E também porque a série de assassinatos continua, e dessa vez envolvendo pesssoas que tiveram algum contato com Carly. Os pretendentes tornam-se rivais e começam a acusar um ao outro de ser o assassino, ao mesmo tempo em que Carly começa a temer ser a próxima vítima. E o filme se sustenta até o final nos acontecimentos que tentam desvendar quem é o assassino.

Já que citei os outros atores, alguns comentários rápidos. Tive que pesquisar novamente pra saber qual dos irmãos Baldwin era o ator desse filme. Isso porque todos os irmãos têm a mesma cara, fazem sempre o mesmo tipo de personagem e são péssimos atores. Tom Berenger também está fraquíssimo no filme. Não é o estilo dele.

O filme não é ruim. Só não acrescenta nada que justifique sua realização. Pra começar, não é exatamente um suspense. Possuem algumas características que o definem como tal, mas na minha opinião não são fortes o bastante pra caracterizar o gênero. Existe o serial killer, as cenas de tensão e assassinato, mas fica uma sensação de filme morno. A questão do voyerismo e das câmeras de vigilância pré-BBB também poderiam ser mais explorados. Também fica a impressão de estar lá apenas para justificar algumas conclusões do filme. Não que a tal "invasão de privacidade" seja novidade. Existem vários filmes estilo "Janela Indiscreta" que tratam bem dessa temática voyer. Portanto um filme que tratasse apenas dessas questões não se justificaria. Mas que o tema podia ser mais desenvolvido, podia

Com relação ao erotismo, o filme tenta explorar o máximo possível o lado sexy de Sharon Stone, com várias semelhanças a "Instinto Selvagem", e inserindo uma história para justificá-las. Existe até uma cena envolvendo uma calcinha! No entanto, mesmo com toda a explosão e marketing acerca da sexualidade de Stone, o filme não arrecadou o esperado. Isto porque o estúdio Paramount considerou as cenas de sexo muito fortes para o cinema, picotando boa parte do filme.

Esses cortes resultaram, além do suspense morno, em um thriller erótico também fraco. Posteriormente, a versão sem cortes do filme foi lançada em DVD (encontrado facilmente por R$ 12,90), com as tais cenas de sexo cortadas. Possui áudio e legendas em inglês e português e não contém nenhum outro extra. São basicamente duas cenas de sexo estendidas, que realmente não são apropriadas para uma sessão da tarde, mas também não são nada extremamente chocantes

O filme foi indicado a quase todas as categorias ao prêmio Framboesa de Ouro (o Oscar dos piores filmes): Pior Filme, Pior Diretor, Pior Atriz (Sharon Stone), Pior Ator (William Baldwin), Pior Ator Coadjuvante (Tom Berenger), Pior Atriz Coadjuvante (Colleen Camp) e Pior Roteiro. Assim como o Oscar não é selo de qualidade para filmes bons, o mesmo vale aqui.

Concluindo: o filme não é de se jogar fora e vale a pena conferir pelo menos uma vez. Mas para quem quer ver apenas a nudez de Sharon Stone ou quer assistir a um filme de suspense interessante, fique com Instinto Selvagem que é bem melhor em todos os aspectos.

Cotação: 7,5

Comentários

  1. com certeza ... assiti a Instinto Selvagem, e minha conclusão foi simplesmente que esse filme é absoluto ... ainda fizeram um segundo filme, bem tosco, que nao chega nem perto do primeiro ... Ja Invasão De Privaidade, é bem assim, num estilo morno msm ...e eu esperava muito mais, algo mais surpreendente... pra mim, Sharon se destacou muito mais no papel de Catherine Tramell ...

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  2. assisti mas nao entendi o final, de tão.... sem sentido que achei o filme... voce pode me explicar?

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