Uma Linda Mulher (1990)

"Uma Linda Mulher" (Pretty Woman) é um clássico moderno e talvez o conto de fadas mais lembrado, rentável e bem sucedido da história do cinema. E o sucesso realmente é merecido. “Uma linda mulher” é um romance simples, com um roteiro sem maiores pretensões, linear, de fácil compreensão e acompanhamento por parte do público. Além disso, teve a sorte de utilizar um casal de protagonistas com uma química sensacional (algo que raramente acontece) que ajudou o público a criar uma empatia ainda maior com os personagens e torcer por eles durante todo o filme, mesmo ambos não sendo um exemplo a ser seguido.

O filme está longe de ser perfeito, com alguns furos e diálogos rasos e sem aquela “lição de moral” famosa em fábulas e filmes da Disney, mas exprime aquele sentimento de acreditar em seus sonhos, com o foco em uma moça que está à espera de seu príncipe encantado, que virá um dia para salvá-la dos seus problemas e lhe dará uma vida melhor.

Uma prostituta chamada Vivian (Julia Roberts), que trabalha no Hollywood Boulevard, se encontra com o milionário Edward Lewis (Richard Gere) que estava perdido após sair de uma reunião. Vivian se oferece para levá-lo até seu hotel, e Edward a convida para passar a noite com ele. O encontro (até certo ponto casual) de um dia passa a ser um contrato de uma semana, já que Edward precisa de companhia para ir a jantares e encontros de negócios. Isto irá implicar em uma mudança radical na vida de ambos.

É óbvio que eles se apaixonam durante esse tempo. O diferencial aqui está em como a história é explorada. Algumas cenas se tornaram verdadeiros clássicos, sendo copiadas e satirizadas em outros filmes até hoje. Em especial, gosto de citar a cena em que Vivian finalmente passa a ser notada pelas pessoas na rua, embalada pela música-tema do filme Pretty Woman; a cena com a ópera “La Traviata” (que conta a história da prostituta que se apaixona pelo homem rico – algo mais apropriado?) e a cena em que Edward toca piano (de verdade – e a música foi composta por ele!) e põe uma jóia caríssima no pescoço de Vivian, o que simboliza quão valiosa aquela mulher se torna para ele. Como diz uma frase do filme, é difícil se desfazer de algo tão lindo.

O filme foi indicado em 1991 ao Oscar na categoria de melhor atriz para Julia Roberts, que acabou perdendo o prêmio para Kathy Bates por Louca Obsessão, mas ganhou o Globo de Ouro daquele ano como melhor atriz, além do filme ter recebido mais três indicações nas categorias de Melhor Filme Comédia/Musical, Melhor Ator para Richard Gere e Melhor Ator Coadjuvante para Hector Elizondo. De quebra, catapultou Julia Roberts ao estrelato absoluto, sendo até hoje uma das atrizes mais bem pagas de Hollywood (algo em torno de 30 milhões de dólares por filme – pouca coisa).

Enfim, um filme que está próximo de completar 20 anos, mas que dificilmente será esquecido. Ele pode até não estar na sua lista de melhores filmes, mas se um dia lhe pedirem para citar 10 filmes de sucesso ou 10 atrizes, tente não citar “Uma linda mulher” ou “Julia Roberts”. E fique com a mensagem no final do filme: "Qual seu sonho? Você está em Hollywood e todos os seus sonhos aqui podem se tornar realidade".

Cotação: 9,0

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