Garota, interrompida (1999)

Garota, interrompida (Girl, interrupted) aborda um período da juventude da escritora Suzanna Kaysen, e é baseado no livro de memórias que a própria autora escreveu. Por ser uma história real, contada com muita fidelidade e supervisionada de perto pela própria autora, já vale ser visto. Mas o filme tem outras qualidades.

Suzanna (Winona Ryder) é uma jovem problemática, que acaba sendo convencida a internar-se numa clínica psiquiátrica após ingerir uma grande quantidade de remédios - fato considerado tentativa de suicídio por todos menos pela própria Suzanna, que apenas queria livrar-se de uma dor de cabeça. Ou não...

O fato é que o que seria apenas uma temporada de descanso resultou em um período de descobertas, sofrimento e aprendizado. Para uma escritora, significa uma maravilhosa experiência. Para uma garota imatura de 17 anos, significa uma jornada de dificuldades em busca de ajuda e auto-conhecimento. Suzanna passou a conviver com jovens de mesma idade, mas com diferentes problemas mentais, dramas pessoais e familiares. Diagnosticada como portatora da doença chamada Transtorno de Personalidade Limítrofe (ou Borderline) - borderline personality disorder, aos poucos Suzanna vai descobrindo que o primeiro passo para ela melhorar de sua doença é ter consciência de que está doente.

As residentes da clínica onde Suzanna se interna apresentam diferentes graus de enfermidade mental, e dentre elas se destaca a sociopata Lisa (Angelina Jolie). O relacionamento entre as duas torna-se bastante complexo, na medida em que ora tentam se ajudar, ora se afastar. Nesses 2 anos de convivência, Suzanna utilizou seu diário para escrever sobre sua vida e suas companheiras. Tais anotações posteriormente serviram de base para o livro e o filme.

Enfim, um grande filme. Sobretudo por poder acompanhar duas excelentes atuações: Winona no auge da carreira, antes de ser interrompida pelo famoso furto de roupas em Nova York, e Angelina Jolie absolutamente brilhante, num papel que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz coadjuvante e, ao lado de Gia, é seu melhor trabalho até hoje. Outra atriz iniciante na época que trabalhou muito bem é Brittany Murphy como Dayse. Whoopi Goldberg está apenas razoável num papel que não lhe ajuda a ter um maior destaque e a experiente Vanessa Redgrave como sempre está muito bem nas (poucas) cenas em que aparece. Merece muito ser visto.


Cotação: 9,4

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