Gangues de Nova York (Gangs Of New York) - 2002

Sinopse: Decidido a se vingar da morte do pai, líder de uma gangue, um homem acaba se tornando amigo e homem de confiança de seu inimigo, apaixonando-se também por uma bela jovem da gangue rival. Dirigido por Martin Scorsese (Os Bons Companheiros, Táxi Driver, Touro Indomável) e com Leonardo DiCaprio, Daniel Day-Lewis, Cameron Diaz, Liam Neeson e Jim Broadbent no elenco. Recebeu 10 indicações ao Oscar.

Não sei se eu estava cansado, mal-humorado quando vi esse filme. Talvez eu precise revê-lo brevemente. Apesar de gostar do que vi, não achei tão fantástico e imperdível como tantos falam. Mas um filme do grande diretor Martin Scorsese não pode ser ruim. Talvez tenham sido as 2 hs e 44 min (acreditem, o diretor queria um filme com 6 horas).

Neeson é o pastor Vallon, líder de uma gangue (ou tribo - algo comum na época e aparentemente indispensável) formada por irlandeses imigrantes denominada Coelhos mortos. Ao travar uma batalha contra os 'nativistas' liderados por Bill, O Açougueiro (Day-Lewis) em um local conhecido como 5 pontas, o pastor morre e seu filho é enviado para um orfanato. 16 anos depois, Amsterdan (DiCaprio) volta decidido a se vingar de seu pai. E como um filme dificilmente sobrevive sem um par romântico e mulher bonita, Amsterdan se envolve com a ladra punguista Jenny (Diaz). Um fato interessante é que temos o envolvimento amoroso, mas o filme não perde muito tempo no desenvolvimento desse romance. Pelo contrário, tem todo um fundamento na história.

O filme apresenta todo um contexto histórico interessante sobre a vida e o comportamento dos americanos 'nativos' na primeira metade do século XIX. Entre 1840-50, chegavam 15 mil emigrantes irlandeses por semana em Nova York fugidos da fome de lá, o que provocou a raiva e preconceito por parte dos americanos, denominados 'Nativistas'. Para os políticos, os irlandeses eram importantes por serem considerados votos. O filme também retrata a Guerra civil americana, em 1863, mostrando que a população carente se revoltou frente a convocação obrigatória para a Guerra (ou a dispensa por $300,00) e a conscrição criada pelo presidente Lincoln, que gerou vários dias de violência e destruição. O filme todo, aliás, é bastante violento, mas em comparação com "Kill Bill", são vários barris de sangue a menos. Como é muita história pra contar e ainda temos o desenvolvimento dos personagens, é justificada a duração do filme, mas infelizmente algumas partes a meu ver acabaram ficando monótonas. Mas sempre tem uma boa cena de ação intercalando esses momentos.

Leonardo diCaprio e Cameron Diaz, que nem sempre nos apresentam atuações dignas de destaque, dessa vez até que estão bem e existe um bom comprometimento e envolvimento com seus personagens (com certeza obra de Scorsese - ele faz milagres com atores), Neeson só aparece nos 5 primeiros minutos mas como sempre manda o seu recado. Agora, o filme é de Daniel Day-Lewis. Seu "Bill, o açougueiro" (em todos os sentidos) já entrou para a galeria de personagens marcantes.

Resumindo, os principais temas envolvidos durante o filme abordam a imigração irlandesa e o preconceito existente contra negros e imigrantes, e o tema das gangues (claro), com toda a sua violência e o poder que cercava as gangues mais influentes tinham sobre a polícia e os políticos. Talvez isso sirva pra refletir que as gangues e ruas de hoje não são mais tão sujas literalmente, mas nem tanta coisa mudou assim...

Cotação: 7,5

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