Crítica: E aí...comeu?
E aí...comeu? é a nova "pérola" do cinema nacional, novamente unindo Globo Filmes e Bruno Mazzeo. Só por esses dois nomes e pelo título de gosto duvidoso, provavelmente você já sabe o que esperar do filme. É até difícil comentar um filme desses, porque é totalmente questão de gosto. Enquanto eu assistia o filme olhando para o relógio o tempo todo torcendo para aquilo acabar logo, mais da metade da sala morria de rir com as situações exibidas no longa. Por isso a complicação de entrar no mérito do filme ser bom ou ruim ou filosofar sobre quem está com a razão ao gostar ou não do filme.
A proposta de "E Aí... Comeu?" é reproduzir o ambiente de uma mesa de bar, mostrando as animadas e sinceras conversas entre três amigos: o recém-divorciado Fernando (Bruno Mazzeo) que não se conformou com a sua nova situação e tem que encarar o novo relacionamento de sua ex (Tainá Muller) e as investidas de sua vizinha de 17 anos (Laura Neiva), o casado Honório (Marcos Palmeira) que está enfrentando dificuldades no casamento e desconfiando que sua mulher (Dira Paes) o está traindo, e o solteiro Afonsinho (Emilio Orciollo Netto) que é viciado em mulheres casadas, frustrado com sua profissão e apaixonado por uma garota de programa de luxo (Juliana Schalch).
As conversas de bar são sempre acompanhadas de um garçom "negão parecido com Seu Jorge", interpretado pelo próprio Seu Jorge (se você ficar acompanhar os créditos finais, vai ouvir de brinde Seu Jorge em voz e violão).O filme também conta com a participação de atores globais (o que mais esperar da Globo filmes?), como Murilo Benício em uma cena totalmente descartável, Katiúscia Canoro em cena desnecessária, Juliana Alves apenas para aumentar a cota de beleza feminina na tela e o ótimo ator José de Abreu em uma das melhores cenas de diálogos do filme.
Algumas informações "úteis": espere MUITOS palavrões e linguagem chula. Tirando algumas poucas cenas, o filme se passa praticamente todo em uma mesa de bar (aparentemente em dias diferentes mas sempre com a mesa ao lado ocupado pelas mesmas mulheres) falando de sexo. E por aí imagine todos os temas existentes sobre esse assunto. Estão lá. Sem o menor pudor, censura ou constrangimento. Os três protagonistas conversam com a maior naturalidade possível. Inclusive Marcos Palmeira "pausa o filme" e dá uma aula teórica de sexo oral voltado para o público. Aí entra a história de você rir ou se incomodar com o assunto e se isso é passível de crítica ou elogio. Se você pensar que o filme foi feito pra isso, é até um ponto positivo essa naturalidade toda. Eu (opinião totalmente pessoal) achei exagerado, vulgar e apelativo em vários momentos, mas garanto que principalmente o público adolescente pode gostar muito (censura 14 anos para os cinemas que respeitam a classificação etária). Na questão Sexo também não faltam cenas, mas pra quem espera ver as típicas cenas de mulheres nuas, esqueça. As situações e posições estão explícitas lá, mas não há nenhuma cena de nudez aparente. Se bem que acho que se houvesse não ia ter a menor diferença.
No final, achei melhor do que o desastre completo Cilada.com (não era difícil), mas não quer dizer que eu achei o filme bom. É "assistível". O filme começa com um tom bem machista mas aos poucos vai equilibrando e mostrando os pontos de vistas masculino e feminino sobre as relações atuais entre homens e mulheres. Se fosse menos apelativo, com certeza eu teria gostado mais. Mas também certamente perderia o seu marketing e boa parte do seu público alvo.
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