Crítica: A Era do Gelo 4



Este novo A Era do Gelo 4 continua competente em todos os quesitos técnicos de animação, conta uma história simples e divertida e seus personagens continuam carismáticos e com algumas cenas cômicas. Além do já famoso esquilo Scrat e da Preguiça Sid, o longa apresenta a Vovó preguiça como o novo personagem responsável pelas piadas e momentos engraçados do filme. A sequência de abertura do filme com Scrat e sua noz, como nos longas anteriores, é um dos melhores momentos do filme. Portanto não chegue atrasado na sessão.


O filme também traz de volta praticamente todos os personagens dos filmes anteriores. A preguiça Sid, o tigre dentes-de-sabre Diego e o mamute Manny com sua família estranha composta por sua mulher Ellie, a filha agora adolescente Amora e os agregados gambás burros. Quem se junta à turma, além da Vovó, é o ouriço Luiz e mais alguns mamutes. O vilão da vez é o orangotango (ou sei lá que espécie de macaco é esse) Capitão Entranha, com uma tripulação de piratas composta por uma lebre, uma Foca que vai te fazer lembrar o Jar Jar Binks de Star Wars 1 e a tigresa Shira, que obviamente se torna interesse romântico de Diego. 

Lá nos EUA, estas animações são de praxe dubladas por artistas famosos (quando isso acontece no Brasil é muito criticado, mas geralmente com uma certa razão). O marketing a mais aqui é pela presença de Jennifer Lopez fazendo a voz da tigresa. No Brasil, a equipe de dublagem do trio principal permanece a mesma, com Diogo Vilella, Márcio Garcia e Tadeu Melo. Este filme não conta com a direção do brasileiro Carlos Saldanha, que está ocupado com a sequência de Rio. Assumem a direção Steve Martino e Michael Thurmeier, que já tinha sido co-responsável por A Era do Gelo 3. 

          

Outra inovação é que este filme já foi produzido para ser exibido nos cinemas em 4D. As sequências nos icebergs e navios foram feitas especialmente para causar esta sensação de movimento no público que pode usufruir de salas equipadas com esta tecnologia, com bancos me movimentando, vento e pingos d'água no rosto e outras coisinhas a mais. Como grande parte da população brasileira ainda não tem acesso a estas salas, nos restam as versões em 3D e 2D. Vi o filme em 3D e seu uso em efeitos pop-up é praticamente inexistente. A sensação de profundidade no 3D é ótima e por ser animação isso já ajuda e muito, mas pra quem gosta de ver coisas saltando da tela vai ficar desapontado. Se optar por assistir em 2D, sai mais barato e você não perde praticamente nada.

Apesar de sua competência, o filme não ME proporcionou (opinião pessoal) tanta diversão como ao ver os dois primeiros filmes da franquia. Por já ser o 4o filme, talvez a fórmula já esteja sofrendo o desgaste que houve com Shrek. Ou seja, tudo continua bem, essencialmente infantil (já que o público-alvo é esse), com piadas e referências que agradem aos adultos, mas as histórias não trazem mais inovação ou força suficiente para justificar um filme. Ainda achei melhor do que o terceiro filme com os dinossauros, já que voltamos ao gelo propriamente dito, mas não consegue mais empolgar tanto como antes.

As cenas do Scrat poderiam se tornar curtas de abertura de novos filmes da produtora, prática adotada já a um bom tempo pela Pixar e que a própria Fox fez neste aqui apresentando um curta competente da Maggie Simpson. Então, é um filme bom, diverte, mas não traz nada de sensacional. Como não houve nenhuma cena de impacto final, ainda é possível que apareça um quinto filme. Apesar de gostar muito dos personagens, se por acaso isto realmente acontecer, que seja o último com um final digno do jeito que a franquia merece. Antes que o gelo acabe.

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