Crítica: Abraham Lincoln Caçador de Vampiros

Abraham Lincoln - Caçador de Vampiros é um livro do escritor Seth Grahame-Smith, o mesmo que escreveu Orgulho e Preconceito e Zumbis,  por aí você já nota o estilo peculiar do cara. Esse livro foi adaptado para os cinemas sob a produção de Tim Burton e a direção de Timur Bekmambetov. Basicamente, conta a história sobre o passado desconhecido de Abraham Lincoln desde criança até a presidência, a partir de um diário que teria sido entregue por um vampiro.

Abraham Lincoln foi o 16º presidente dos Estados Unidos da América, responsável pelo fim da escravidão no país e por ter conseguido controlar uma guerra civil que dividiria a nação por consequência dessa libertação. Vários fatos reais de sua vida são expostos no filme como se realmente fosse uma biografia:  infância, a morte da mãe aos 9 anos, estudante de direito, seu casamento com Mary Todd e a presidência, com direito a alguns discursos famosos e as dificuldades na sua luta pela abolição da escravidão. Tudo isso BEM misturado com o clã dos vampiros.

A primeira coisa que pensei ao saber que o livro e o filme existiam foi: pode uma pessoa escrever qualquer coisa assim sobre uma figura histórica? Não precisaria de autorização dos familiares pra isso? Não consegui as respostas e, ao ver o filme, me veio um novo questionamento: caso realmente tenha sido necessário uma autorização de familiares para a utilização dos direitos do nome de Lincoln no filme, COMO eles autorizaram uma coisa dessas? Tudo bem que existe a tal licença poética e conseguiram  fazer com que o ex-presidente talvez fique com uma fama de herói maior do que já tem, mas utilizar alguns fatos como a morte de sua mãe nessa mistura ao meu ver foi de mal gosto.

Não li o livro para efeitos de comparação, mas se for parecido com o filme, sorte minha. Se o filme tivesse o famoso humor negro do Tim Burton ou misturado ação e comédia talvez tivesse ficado melhor. Mas o filme se leva a sério demais, como se quisesse que a gente realmente acreditasse que aquilo fosse real. Imagino que o objetivo tenha sido esse, mas essa "história não contada" do presidente de dia e caçador de vampiros a noite não me agradou. 

O filme tem sim alguns acertos e o roteiro é até elaborado e criativo misturando fatos históricos reais como a libertação dos escravos e a guerra givil americana com a história e interferência dos vampiros, como no episódio da população precisar doar objetos de prata para fabricação de balas para repor o estoque do exército. Os vampiros no filme são tratados como monstros mesmo, sem brilhar no sol como purpurina ou virar morceguinhos falantes. Do elenco, nada a acrescentar; atuações corretas, mas nada que marque a carreira dos atores Benjamin Walker (Lincoln), Dominic Cooper (Henry), Mary Elizabeth Winstead (Mary Todd), Anthony Mackie (Will), Rufus Sewell (Adam) e Jimmi Simpson (Speed).

O problema pra mim é que o filme não empolga. Mesmo nas melhores cenas de ação, quando Lincoln usa bastante seu machado, não consegui torcer pelo personagem ou me divertir assistindo. Pra mim ficou faltando alguma coisa. O filme pode funcionar bem para os americanos, já que retrata um de seus heróis de verdade e uma figura importante em sua história, e também pode agradar alguns fãs de vampiros clássicos e quem gosta de filmes de ação sem se importar com mais nada. Quem busca um filme de terror, esqueça que de terror não tem nada além de um sangue digital de vez em quando e algumas cabeças saindo do lugar que deveriam. Como disse meu amigo Danniel Lopes ao final da sessão: "já vi piores", mas eu achei fraco. O filme se passa em um determinado momento na cidade de Springfield e pra mim foi a melhor parte do filme, porque fiquei entretido procurando algum Simpson do desenho clássico, mas infelizmente não achei nenhum.

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