Crítica: Resident Evil 5 Retribuição

Resident Evil: Retribuição é o QUINTO filme da franquia de maior sucesso envolvendo filmes adaptados de jogos de video-games já existente (ou você conhece algum outro filme baseado em jogo que chegou perto disso?). Só este feito já diz que - mesmo cercado de polêmicas a cada novo longa - o filme continua sendo adorado por milhares de fãs. Mas não é apenas o filme ou o prazer de ver alguns zumbis levando tiros na cabeça que fazem o sucesso dos filmes e garantem a continuidade de sua vida útil. Me arrisco a dizer que existe uma grande responsável por isso. E atende por Milla Jovovich.

Contextualizando muito rápido porque senão era um livro só com essas informações. Resident Evil surgiu para PCs e video-games em 1996 e se tornou um sucesso absoluto. Razões não faltam, mas se destacam uma história altamente complexa e envolvente, sendo que ainda hoje existem muitas pontas soltas e informações necessárias que vão sendo reveladas a cada novo jogo da franquia, gráficos de alta qualidade (para a época, claro) e por aliar ação, suspense e terror. Mas não aquele terror que se resume a ver sangue e bichos feios. Era um terror psicológico. Um suspense que se renovava a cada vez que um dos protagonistas dos jogos tinha que abrir uma porta. Todo o enredo envolvendo a corporação Umbrella, o t-vírus e a forma de contaminação das pessoas fizeram as pessoas terem ainda mais prazer de jogar, já que os mortos-vivos não tinham simplesmente aparecido do nada porque ouviram o Michael Jackson dançar. A história faz sentido e, obviamente em um futuro bem apocalíptico, poderia realmente acontecer. Fora que a fabricante do jogo é a Capcon, responsável por outro joguinho básico, Street Fighter II.

Então chegamos a 2002. Paul S. W. Anderson tinha acabado de emplacar um enorme sucesso com Mortal Kombat (outra adaptação de um jogo) e foi convidado para assumir a direção de R.E. I após o estúdio rejeitar o roteiro de George Romero. Paul é antes de tudo um gamer, e não quis simplesmente recriar o jogo no cinema, já que são mídias diferentes: cinema é uma diversão "passiva", ou seja, você é apenas o espectador do que está sendo exibido na tela (por enquanto, nunca se sabe...), e nos games você assume o controle. E como os gamers já conheciam o filme e a história, talvez eles não quisessem apenas rever o jogo no cinema. Então ele quis contar uma história paralela, com elementos de Resident Evil, mas apenas como referências. E sua primeira providência foi utilizar como protagonista uma personagem que não existia nos jogos. E temos então Alice, interpretado por Milla Jovovich!

Desde então a franquia R.E é sinônimo de polêmica. Alguns gamers adoraram, outros odiaram exatamente pelo motivo do filme não seguir a mesma história do jogo ou por não ter os personagens principais. No segundo filme, o diretor cedeu a pressão e escalou a protagonista Jill Valentine (Sienna Guillory) e mais alguns personagens. Novamente agradou alguns e desagradou muitos outros. Unanimidade mesmo veio no terceiro filme. Ninguém gostou daquela Bomba! Transformaram Alice em uma mistura de Neo com Mad Max e alguns X-Men juntos. O quarto filme (Afterlife/Recomeço) tentou botar ordem na casa novamente e - 10 anos depois - chegamos ao quinto filme.
 
Claro que não dá pra contar tudo detalhadamente nesses 10 anos, mas muita coisa aconteceu. O diretor provou ser um cara esperto e tratou de se casar com a protagonista !!! Muitos personagens do jogo apareceram durante os filmes, muitos morreram também. E nesse quinto longa Paul Anderson deu um jeito de trazer alguns personagens marcantes dos filmes anteriores de volta. Não vou contar como senão estraga o filme, mas se for seguir a linha dos filmes anteriores, faz sentido.

De R.E 1 pra cá, o gênero terror foi sendo abandonado, cada vez mais os filmes ficando voltados para ação. E, polêmicas a parte com a fidelidade ou não aos jogos, esse filme aqui é sim um grande jogo de video-game. Aqui as evidências são tão grandes que o filme foi dividido em fases !!! Sério, vejam o filme e acompanhem o que se passa em Toquio, Nova York e Moscou. A rainha vermelha (que apareceu no primeiro filme), volta como "chefe de fase" total. Temos a volta de Wesker (Shawn Roberts) como o cara que fornece o objetivo do jogo para Alice e, por fim, vários heróis e vilões coadjuvantes, com destaque para Leon (Johann Urb), Ada Wong (Li Bingbing - perfeita), Luther West (Boris Kodjoe) e Rain (Michelle Rodriguez). E você tem que engolir algumas manias de jogos e filmes de ação como por exemplo um exército de mortos-vivos atirando sem parar, em linha reta, sem acertar nenhum dos heróis, enquanto eles conseguem entrar no tiroteio, acertar vários zumbis, e voltar pra posição de origem sem sofrer nada. Paciência... 
 
Ah, os zumbis. Nada de muito diferente dos anteriores. Acho atá que teve menos detalhes. Os efeitos especiais estão ótimos, o 3D também ficou muito bom e continuam alguns sustos de praxe. No final, o filme serve pra contar mais um pouquinho da saga de Alice contra a Umbrella, trazer de volta personagens anteriores e ter um gancho para a batalha final (o sexto deve ser o último filme antes de um inevitável reboot).

Se você não viu os quatro filmes anteriores, mesmo assim você consegue curtir o filme tranquilamente. Primeiro porque Alice logo no início conta uma retrospectiva básica pra você, segundo porque - apesar do filme começar imediatamente na mesma tela de onde parou o anterior - não vai fazer muita importância. E, por último, que pra ver Milla matando zumbis você não precisa de história ou desculpa.



Comentários

  1. Um comentário um pouco mais decente: Primeiro é muito legal ver um filme de um jogo que tu jogou quando era moleque, conseguir chegar onde a franquia de filmes de resident chegou, por isso mesmo sendo fã do jogo apoio o diretor, pouca gente consegue isso, tem que ser malandro, a Milla realmente é a chave, mas, cada detalhe de muitas das cenas são recheados de influências de todos os jogos, o que dá aquela nostalgia bacana, e não vou deixar de me divertir pra ficar do contra criticando, mesmo beirando o absurdo o Paul ousa e consegue o que quer, sucesso de bilheteria, agradar quem também não conhece os jogos.
    "Ninguém gostou daquela Bomba!" - aqui eu discordo, fiquei até chateado por ela ter perdido os poderes no filme 4, e nem é coisa de fanático, no próprio resident evil temos o Wesker cheio de poderes, super velocidade, a Alexia que tem poderes mentais, faz o sangue pegar fogo, enfim, influência ai também é dos jogos, e a alusão ao X-Ray do Mortal kombat foi no mínimo pra fazer rir.
    Também não vou dizer que foi perfeito em tudo, eu estava esperando um drama bem maior-spoiler- pra a Alice conseguir tirar o dispositivo mental no peito da Jill, no jogo é um drama inacreditável pra você conseguir isso, só que no filme, depois de uma luta que era pra ter sido épica e também não foi, a Alice em um surto divino percebe o dispositivo no peito da Jill e tira como se fosse a coisa mais simples do mundo, um inseto mesmo. Outra coisa é trazer de volta o Luther só pra morrer, e esquecer da Claire e do Chris do filme passado, só pra no outro filme chegar com eles e a explicação (ou sem explicação mesmo) mais bizarra do mundo.

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