Crítica: Golpe Duplo

Golpe Duplo (Focus, 2015) -  104 min. Dirigido por Glenn Ficarra e John Requa, o filme conta a história de um bandido veterano (Will Smith) que se envolve com uma novata no crime (Margot Robbie). Separados, eles se reencontram anos depois e precisam lidar com as complicações de terem vivido no mundo de golpes e mentiras.

Golpe Duplo consegue se salvar pelo carisma de seus protagonistas. Com um enredo fraco, o filme tem um bom começo, duas ou três ótimas cenas, e a partir de sua metade muda o ritmo, altera sua narrativa e cai a qualidade, mostrando um final que não empolga.

Explicando melhor. O começo realmente é muito promissor. Com um tema já bastante abordado na série 12 homens e um segredo, Jogo entre ladrões, Os Vigaristas e Golpe de Mestre, para citar apenas alguns exemplos, mostra BEM como age o "furto organizado". É uma verdadeira aula sobre como realizar um perfeito trabalho de equipe para realizar roubos e furtos, mostrando que ninguém está seguro (acho que vou acorrentar minha carteira no braço ou na perna sempre que sair de casa). Mas o filme não podia ser 100% mostrando diferentes técnicas de roubo e enganação. E é aí que as coisas começam a ficar menos interessantes.  

Salvando-se uma cena ou outra (incluindo a divertida cena com um oriental em um estádio de futebol americano), o filme entra num joguinho de quem está enganando quem. As tentativas de não deixar as coisas previsíveis demais e incluir revira-voltas (algumas até forçadas) pouco funcionam para "manter o foco". É como se, já que o filme é sobre farsa, os roteiristas e diretores tivessem que deixar claro que a história principal também precisa ser recheada de farsas, e fosse obrigatório que o público também se sentisse enganado após descobrir novos fatos. No fim, o longa deixa aquela sensação de "OK, legal!" O filme é bom, vale como entretenimento. Principalmente a primeira metade.

O Elenco é encabeçado por Will Smith e Margot Robbie, contando com a presença de Rodrigo Santoro (interpretando um argentino?), em uma participação correta e Adrian Martinez, se destacando em todas as cenas em que aparece. Bom para Santoro, conquistando seu espaço e contracenando com atores de peso. Só lembrando que vários atores e atrizes desistiram do filme, como Ben Afleck, Emma Stone e Kristen Stewart.

Smith precisava urgentemente recuperar seu prestígio após o monumental (e merecido) fracasso de "Depois da Terra". Aqui o seu trabalho não foi ruim, sendo mais prejudicado pelo roteiro do que pela sua atuação. Já a australiana Robbie está no caminho para se firmar em Hollywood, depois de roubar todas as atenções (por que será?) em "O Lobo de Wall Street". Curiosamente, a mesma dupla já está escalada para "Esquadrão Suicida" em 2016, como Pistoleiro e Arlequina (a "namorada" do Coringa), ao lado de um ótimo elenco. Aí sim os dois provavelmente irão estourar nas bilheterias, graças ao público nerd (oi, estou incluído) que adora filmes baseados em HQ's e está curioso para saber como será reunir uma equipe de vilões dos quadrinhos no cinema.





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