Crítica: Insurgente

A série Divergente: Insurgente (Insurgent, 119 min.) Nas ruínas de uma Chicago futurista, Tris (Shailene Woodley), Quatro (Theo James), Caleb (Ansel Elgort) e Peter (Miles Teller) agora são fugitivos, caçados por Jeanine (Kate Winslet), a líder da Erudição. Eles precisam descobrir a causa pela qual a família de Tris sacrificou suas vidas e por que os líderes da Erudição farão tudo para impedi-los. Assombrada pelas escolhas do passado, mas desesperada para proteger quem ama, Tris encara um desafio impossível atrás de outro, ao desvendar a verdade sobre o passado e também o futuro de seu mundo.

O segundo capítulo da saga Divergente começa quase que exatamente após o término do primeiro. Para ser mais exato, 5 dias depois. Para quem não viu o primeiro filme, algumas poucas cenas irão contextualizar o que houve de mais importante até então, para conseguir acompanhar pelo menos o porquê deste filme começar naquela situação. Mas o ideal mesmo é assistir Divergente antes, até para saber se irá gostar da história e dos personagens.

Uma grande mudança foi a troca dos roteiristas e do diretor. Saiu Neil Burger e entrou Robert Schwentke. Não sei se apenas por essa mudança ou se também houve uma mudança no estilo de um livro para outro, mas o que ficou visível neste segundo filme foi que este é bem mais violento e com mais cenas de ação. Embora o início do filme ainda comece mostrando uma Tris paranoica e, em alguns momentos focar nos relacionamentos e de entre Tris e Quatro, o que temos de mais intenso em Insurgente são as cenas de ação. Nesse sentido, são bem executadas, explorando muito bem a computação gráfica nas cenas de simulação. É mais ou menos o rumo que "Matrix" tomou do primeiro para o segundo filme. Um dos principais temas abordados na saga, a disputa pelo poder, continua em evidência neste longa.

Claro que nem tudo agrada. Se você não gostou de Divergente ou de livros provenientes de franquias literárias adolescentes, não é aqui que você vai virar fã e correr atrás dos livros. Antes de culpar o diretor ou os atores pela falta de profundidade dos diálogos ou partes confusas da história, é preciso lembrar, que mesmo em adaptações, é preciso uma certa coerência com o eixo central do livro. E em alguns momentos as dúvidas, indagações e contradições que apareceram podem expor a fragilidade da escrita de Veronica Roth. Mas para quem acompanhou e gostou de Divergente, provavelmente vai gostar desta continuação. Temos uma melhor noção do papel das outras facções e como elas funcionam no sistema, compreendemos melhor as motivações de alguns personagens importantes e as batalhas e cenas de ação são bem elaboradas. Outro ponto interessante é que o filme consegue fechar bem um arco, e ao mesmo tempo dar um gancho para sua continuação. O filme não acaba no meio, como por exemplo aconteceu em "O Hobbit", recurso que geralmente gera mais insatisfação do que expectativa.

Do elenco, não há muito o que comentar. Os personagens principais que poderiam estar neste segundo filme foram mantidos, e alguns novos elementos importantes foram incorporados. Os atores são competentes, em uma boa mistura de jovens atores com algumas estrelas consagradas, como Kate Winslet, Naomi Watts (morena) e Octavia Spencer. Apenas uma pequena consideração de que atrizes brilhantes como Kate e Spencer poderiam ter sido ainda melhor aproveitadas, principalmente esta última, em uma participação muito pequena. Vi algumas críticas sobre o casal principal, mas achei as atuações corretas. Theo James assume bem seu papel de suporte à personagem principal, e Shailene Woodley cada vez mais assegura seu nome em Hollywood com sua beleza, carisma e talento.

Dica: se você não sente nenhuma diferença com "sensação de profundidade", não perca seu dinheiro com as versões 3D (me perdoem, gerentes de salas de cinema). Além do "efeito colateral" de deixar a imagem mais escura, você só irá perceber que o filme é em 3D quando surgirem os créditos finais e tiver que tirar os óculos.

Para fechar: não li os livros, mas alguns fãs já gritaram enfurecidos que partes do livro foram modificadas. A diferença é que dessa vez alguns estão até defendendo as mudanças e torcendo para que o último livro, Convergente, também sofra adaptações nos próximos 2 filmes, já que dizem que o final da saga deixou muito a desejar.


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