Crítica: O Destino de Júpiter

O Destino de Júpiter (Jupiter Ascending -127 min) é o novo filme de ficção científica dirigido pelos irmãos Andy e Lana Wachowski. Filha de um imigrante russo astrônomo, Júpiter Jones (Mila Kunis) leva uma vida normal de empregada doméstica morando com sua mãe e tia, até ser descoberta como a reencarnação da rainha do universo. 

Após tentar ser assassinada por um esquadrão alienígena, é salva por Caine (Channing Tatum), um caçador ex-militar com DNA misturado com o de um lobo (nas civilizações mais avançadas de outros planetas o DNA dos humanos foi combinado com animais), que resolve protegê-la e convencê-la a reivindicar seu posto de governante da Terra por ter um DNA perfeito, contando com a ajuda de seu ex-companheiro Stinger (Sean Ben). Mas os três filhos e descendentes da antiga rainha Abrasax, Balem (Eddie Redmayne), Titus (Douglas Booth) e Kalique (Tupence Middleton) já tem seus próprios interesses no destino da Terra e irão impedir este retorno.

Infelizmente não há muito o que dizer sobre esse filme. Pelo menos de bom, não. Mais uma vez, os irmãos Wachowski erraram feio a mão e fizeram um longa confuso, lotado de efeitos de computação gráfica que não agregam valor algum a história, personagens fracos, chatos, monótonos, sem o menor carisma e até mesmo constrangedores para os atores e tentativas de incluir motivações científicas e religiosas forçadas e sem fundamento para trechos e explicações de algumas cenas. Até as cenas de batalhas não conseguiram me empolgar.

Numa tentativa de fazer um novo clássico espacial com alienígenas, algo que Star Wars, Star Trek e M.I.B conseguiram perfeitamente, este longa entrega um show de horror nas fantasias e maquiagens, com poucas exceções. Apesar de alguns cenários estarem bem feitos, não são realisticamente convincentes como deveriam ser. São apenas belos trabalhos de computação gráfica. A cada troca de cena, a sensação é que foi apenas mais uma desculpa para uma troca de figurino de Júpiter. 

A tentativa de ser pop como foi Guardiães da Galáxia também não funcionou. Em alguns momentos, até existe um ou outro bom momento de inspiração, mas nem as tentativas de "explicar" alguns fenômenos como os desenhos nas plantações (melhor assistir "Sinais"), abduções em naves espaciais ou origem de diferentes civilizações e planetas conseguem convencer os menos céticos. 

Fica claro também como tentaram novamente incluir referências e contextos que funcionaram muito bem em "Matrix", como dar uma explicação para o motivo da existência dos seres humanos na Terra. Aqui podem até se encaixar no contexto, mas dá uma certa sensação de déjà-vu, com saudades do original.

O maior problema, ao final, é que os roteiristas e diretores quiseram dar uma seriedade á história incompatível com o que foi mostrado na tela. A certa altura, parece que os atores compreenderam o estilo conto-de-fadas espacial ridículo, ligaram o piloto automático pra ver no que dava e fizeram o que o profissionalismo permitia fazer. O chato disso tudo é que a premissa tinha tudo para fazer com que o filme fosse muito bom. Talvez se esse filme tivesse sido apenas uma história em quadrinhos funcionasse melhor... 

 





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