Crítica: Terremoto: A Falha de San Andreas

Terremoto: A Falha de San Andreas (San Andreas - 2015) 114 min. Quando um gigantesco terremoto de magnitude 9.6 atinge a Califórnia, um piloto de resgate embarca em uma perigosa viagem através do estado para resgatar sua filha. Dirigido por Brad Peyton.

Vamos primeiro para as partes boas: o tema é interessante, com base em uma falha geológica existente (falha de San Andreas/Santo André, que se estende por 1290 Km através da Califórnia) que pode realmente causar toda a destruição que se vê em cena. Aliás, como não poderia deixar de ser em filmes catástrofes, algumas cenas bem impactantes, fazendo bom uso da computação gráfica e efeitos especiais, criando um ambiente de caos visualmente impressionante. Outro ponto de destaque são os olhos da Alexandra Daddario

Tem gente que detesta o Dwayne The Rock Johnson. Particularmente, o considero um ator carismático, com cara, biotipo e estilo para filmes de ação e aventura, que soube ocupar bem o lugar marcante da geração 80 de Stallone e Schwarzenegger. Ele pode não ter o talento de um Dustin Hoffman ou Anthony Hopkins, mas é um tipo que combina com o que se propõe. Lembram que muitos reclamaram de Adrien Brody em "Predadores"? E não se pode negar que ele não seja um ator esforçado.  

Do restante do elenco, Carla Gugino (Emma) novamente faz o papel de esposa de Dwayne e está bem em cena, assim como o talentoso eterno e injustiçado coadjuvante Paul Giamatti (Lawrence). O garoto Art Parkinson (Ollie) é responsável por um dos poucos momentos de alívio cômico no filme. Não se pode exigir muito do iniciante Hugo Johnstone-Burt (Ben), que cumpre o que foi pedido. Ioan Gruffudd (Daniel) está deslocado no papel, que só existe para justificar mais uns dois ou três clichés, e Kyle Minogue (Beth) consegue fazer uma microparticipação bem legal. Já elogiei os olhos azuis da Daddario? É sério que ela já tem 29 anos?


Agora as partes que geralmente o povo reclama: se prepare para todos os clichés possíveis. Eu geralmente sou um defensor desse tipo de cena, que por mais absurda, mentirosa e completamente fora da realidade que possa parecer, garante o entretenimento. Para os que compartilham da minha opinião,  "Terremoto" QUASE consegue passar no limite do aceitável. Se prepare para todos os seus amigos que não costumam relevar este fato reclamarem que o filme é mentiroso, exagerado, absurdo, etc. Como entretenimento e para o que o filme se pretende a mostrar, ainda tá valendo. 

Ainda no assunto catástrofe, realmente conseguiram acabar com a cidade. Mas, talvez pela censura ou para focar mais na ação do que na realidade, algumas passagens são chatas de engolir para os mais exigentes. Nada de corpos boiando ou sangue na tela (ok, era querer demais), prédios com ambientes internos praticamente intocados ao lado de outros completamente destruídos (parabéns para o mestre de obras!) e equipamentos eletrônicos funcionando perfeitamente (bom, estamos falando dos EUA. País de primeiro mundo. Tudo por lá deve ter gerador).

O foco do filme se alterna entre a catástrofe e a família do piloto de resgate Ray (The Rock), que também assumem as personalidades de MacGyver, Chuck Norris, Connor Mcleod e Superman, além de uma infinita mistura de sorte e azar, com um profundo magnetismo para problemas. Após toda a destruição possível e imaginável, que deve ter dado um trabalho enorme para a equipe de CGI, fiquei impressionado ao ver que mais alguém tenha sobrevivido além dessa família. A tentativa de drama familiar para intercalar com as sequências de ação não surtem muito efeito, se tornando evidente que o foco do filme é mesmo contemplar o show de calamidades provocados pela natureza e o efeito dominó da selva de pedra americana. A propósito, se a palavra "nepotismo" puder ser usada para favorecimento além da questão de cargos públicos, está aqui um ótimo exemplo.

E, por último e o mais irritante. novamente o ufanismo exagerado ao extremo dos americanos, com frases de efeito e bandeiras tremulando de forma triunfante mostrando a soberania, o amor à pátria e o sentimento que nunca serão vencidos e zzzzzzzzzZZZZZZZZZZzzzzz

Resumindo, se você gosta de filmes-catástrofe, com muita ação, bons efeitos especiais e visuais, aprecia uma boa destruição virtual, não se importa com clichés e exageros e curte entretenimentos, assista na boa, você vai se divertir. Se quiser ver um filme de destruição em que o foco seja drama e realismo, fique com "O Impossível". 

PS: Aos amigos gamers, parem de reclamar que o filme não tem nada a ver com GTA San Andreas. Em nenhum momento o filme tentou ser vendido como baseado no jogo.

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