Minha lista Melhores Filmes 2015


2015 foi um ano bom para o cinema. Tivemos o retorno de várias franquias - e quase todas elas com sucesso, com belas homenagens aos filmes originais, e em alguns caso,s dando novo fôlego à franquia. Bons candidatos ao Oscar, encerramento de sagas (com menos impacto do que o esperado), alguns longas polêmicos, muitos filmes biográficos, boas animações, poucos filmes de heróis, e fechamos com chave de ouro, com a Força de volta aos cinemas. 


Essa é uma lista completamente pessoal. Não levei em consideração aspectos técnicos como roteiro, fotografia ou montagem. Minha principal métrica foi "diversão". Ou seja, foram os filme que eu mais curti no cinema. Também coloquei (com uma única exceção) somente filmes que entraram em circuito comercial na minha cidade. Isso significa que será uma lista "pipoca-hollywoodiana". Por mais que eu aprecie muito filmes cult e europeus, não coloquei filmes desconhecidos do grande público, até para haver um maior debate sobre quais dos filmes vocês gostaram ou não.

Obviamente, muitos irão discordar. Gosto não se discute (só se lamenta), mas essa é uma das coisas boas que o cinema nos traz. Poder conversar com outros amantes da sétima arte, defendendo o nosso ponto de vista e olhando determinado filme sob outro aspecto após ouvir uma opinião contrária.

Então, vamos aos eleitos. Fiz um TOP 10 e 5 menções mais que honrosas (para driblar o sistema e fazer na realidade um TOP 15).

Menções honrosas (11-15): Poderiam entrar fácil na minha lista de TOP 10 (e, por isso, estou forçando a barra para citar os filmes aqui) o vencedor do Oscar Birdman e sua auto-crítica à Broadway e Hollywood; Whiplash, com a magistral interpretação de J. K. Simmons; A incrível história de Adaline, pra não dizer que não tivemos bons romances no ano; Velozes e Furiosos 7, devido à emocionante homenagem ao ator Paul Walker; e Ponte dos Espiões, com o sempre excelente Tom Hanks, possível candidato ao Oscar 2016.

10 - Ex-Machina (Instinto Artificial)

Essa é minha exceção. Apesar de não ter sido exibido nos cinemas no Brasil, lançado direto em home-vídeo, não tinha como deixar de fora da minha lista. Um filme excelente, impactante, indispensável para os amantes de computação, inteligência artificial e ficção científica (bom, talvez nem se trate mais de ficção). Só tenho elogios para esse filme: história, elenco, efeitos, os questionamentos filosóficos que nos traz. E a real aplicação do chamado "Teste de Turing" - haverá um dia em que não iremos saber diferenciar um homem de uma máquina? Só está na 10ª posição porque não foi exibido nos cinemas, mas é imperdível.


9 - O Jogo da Imitação (crítica)

Já que citei o teste de Turing, e por ser da área da computação, meio óbvio que eu iria incluir o autor do teste e considerado o verdadeiro pai da computação. O filme biográfico, como único defeito (para quem é da área), é que ele começa anos depois que ele desenvolve a máquina de Turing (se estivesse no filme, seria mais que perfeito para ser exibido em aulas de Teoria da Computação), mas mesmo assim é muito interessante ver Alan Turing (Benedict Cumberbatch) e uma equipe de matemáticos e criptógrafos trabalhando para decifrar a Enigma, uma máquina nazista criada para criptografia de códigos de guerra. Ao mesmo tempo, mostra todo o preconceito e perseguição que sofreu por ser homossexual. Vale a pena pelo contexto histórico, científico e social



8 - Que horas ela volta? (crítica)

Como defensor do cinema nacional, é uma alegria poder trazer um representante brasileiro nessa lista. Mas não por obrigação ou protocolo, mas por puro mérito. Você pode não gostar do programa popular da Regina Casé ou dela como apresentadora, mas deixe suas opiniões pessoais de lado, pois a atriz está ótima no filme e merece todo o respeito e admiração do público por esta obra. Além dela, as atrizes Camila Márdila e Karine Telles também estão fantásticas e fazem com que o filme seja divertido, emocionante, dramático e realista. Um filme que reúne várias críticas sociais pertinentes à realidade do nosso país. Méritos para a diretora Anna Muylaerte. Infelizmente ficou fora da lista final de concorrentes ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mas merece todos os prêmios internacionais que venceu neste ano.



7 - Sniper Americano (crítica)

Um excelente filme biográfico sobre o atirador de elite mais letal da história americana, Chris Kyle (Bradley Cooper). Como sempre, temos que relevar o excesso de patriotismo e ufanismo americano, sempre presentes nesse tipo de filme (a sensação de assistir filmes com soldados americanos é mais ou menos a mesma de assistir a um jogo da seleção brasileira narrado pelo Galvão Bueno). Excelente atuação de Cooper, e - para quem não conhecia a história - um final inesperado. Recomendo!




6 - Perdido em Marte (crítica)

Um filme leve, uma mistura de comédia e ficção científica. Dirigido por Ridley Scott, estrelado por Matt Damon (já acostumado a se perder no espaço), com um excelente elenco de apoio, ótima trilha sonora e uma história bem legal de se acompanhar, pois mistura momentos de tensão com situações divertidas. Interessante ver um botânico se virando com o que tem e o que pode em uma estação espacial projetada para cientistas. Um "náufrago" espacial, com uns toques de MacGyver. Muito bom!



5 - A teoria de tudo (crítica)

Mais um filme biográfico, dessa vez sobre a vida do físico Stephen Hawking. Poucas vezes um Oscar de melhor ator foi tão unanimidade. Eddie Redmayne se entregou ao papel de forma poucas vezes vista, seja física como emocionalmente. Novamente, o lado científico foi deixado de lado para se focar no lado humano e social do personagem, em especial seu relacionamento amoroso com sua esposa Jane (também interpretado de maneira perfeita por Felicity Jones) e a luta contra a doença degenerativa E.L.A. O próprio Stephen Hawking, ao assistir o filme, disse que sentiu como se estivesse se vendo na tela.



4 - Divertida mente

Um filme tão complexo, tão profundo, tão bem animado, que nem me atrevi a escrever uma crítica sobre ele na época. A animação da Pixar conseguiu trazer personagens carismáticos para os pequenos, e ao mesmo tempo fazer com que estes transmitam toda a complexidade das nossas emoções (alegria, tristeza, raiva, medo e nojinho) de maneira lúdica, mas absolutamente real e verdadeira. Acompanhar como essas emoções vão dominando a mente de uma criança, na transição para a adolescência, foi um tiro certeiro. Ao lado de Toy Story 3, na minha opinião, é o melhor filme da Pixar de todos os tempos e não seria nenhuma surpresa se fosse indicado a melhor filme do ano (porque melhor animação é praticamente certo).



3 - Jurassic World - o mundo dos dinossauros (crítica)

Esqueça os furos de roteiro. Releve que temos uma cientista que consegue fugir de um Tiranossauro Rex usando salto alto ou um rapaz de 10 anos ligando um jeep estacionado à décadas. Aceite que, por mais dinheiro e tecnologia empregados, nunca um sistema de segurança será seguro. É um filme que te faz lembrar os bons tempos da franquia nos anos 90, ver como a evolução dos efeitos especiais e computação gráfica contribuíram para dar ainda mais veracidade e credibilidade aos bichinhos, e simplesmente se divertir com o entretenimento. Queria muito ir a um parque temático daqueles.



2 - Mad Max: Estrada da Fúria (crítica)

Outra franquia que retorna, dessa vez uma clássica dos anos 80, mas que não se resumiu apenas a querer fazer uma homenagem ou uma tentativa de reboot. O filme é uma continuação, que não depende dos filmes anteriores, mas faz justiça à franquia e não decepciona os fãs da história louca que se passa em um mundo pós-apocalíptico sem água (quase os dias de hoje). Mad Max é o exemplo máximo de filmes de ação em 2015, daqueles que você mal tem tempo de respirar e tomar o fôlego. A todo o tempo acontecem tiros, perseguições, corridas, ação, adrenalina. Tom Hardy assume com competência o papel que foi de Mel Gibson, e Charlize Theron como Imperatriz Furiosa eleva o posto de "mulher fatal" a uma outra categoria.   



1 - Star Wars - o despertar da Força (crítica)

Vocês não tem noção de como fico feliz e aliviado por colocar Star Wars nessa lista. Ainda mais nessa posição. O ano de 2015 inteiro foi de expectativa, ansiedade, mas também angústia de saber se J. J. Abrams ia realmente cumprir o que prometeu, de respeitar a saga e fazer um filme de fã para fã. Caro J. J., o sr. vai estar para sempre em nossos agradecimentos. Não apenas trouxe de volta toda a magia da saga, como também deu um novo fôlego à franquia, com novos personagens fortes e carismáticos, (Rey, Finn, Poe e BB-8 já fazem parte da nossa lista de melhores amigos) um ambiente real, um universo vivo (nada de personagens digitais sem essência) e ainda de quebra conseguir trazer de volta Luke, Léia, Solo, C3PO e R2-D2, com os mesmos atores de 1977, em papéis que realmente contribuem para a história (nada de participação afetiva de 30 segundos). Definitivamente, a força despertou. Valeu por todo 2015!


Notas:

Lembrando que todos os candidatos ao Oscar 2015 foram aos cinemas americanos em 2014 (é requisito obrigatório), mas aqui no Brasil cerca de 80% dos filmes concorrentes só estreiam entre Janeiro e Março. Por isso estão na minha lista alguns filmes que vocês tem a sensação que são do ano passado. 

Alguns filmes eu infelizmente ainda não vi, então não entraram na lista possíveis candidatos como Kingsman, No coração do mar, Foxcatcher e Acima das nuvens.

Como falei no início, foram apenas 3 filmes de heróis nesse ano, com direto a algumas decepções e uma presença certa em qualquer lista de piores do 4no. Mas, para compensar, 2016 será um ano cheio para quem gosta do gênero. Pela primeira vez nenhum filme de herói entrou na lista final, apesar de ter gostado bastante de Homem-Formiga.

Por último, pra quem me conhece, lembro que não tem nenhum filme de terror na lista. Todo mundo tem direito a não gostar de um determinado gênero, não é mesmo? Então, escolhi o terror para não gostar. Então, como eu não vejo, não assisto, não insiro nas minhas listas de filmes. E, além do mais, a lista é minha e eu coloco o filme que eu quiser :D.

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